Eu acho não, tenho certeza que toda mãe tem medos diversos, aliás, quando nasce um filho, nasce todos os medos em relação a ele. Tenho certeza que nenhuma mãe consegue dormir a primeira noite, não porque o bebê chora, não porque a cirurgia dói, não porque o ambiente é um hospital. E sim porque naquela primeira noite você se sente incapaz de conseguir proteger totalmente sua cria, ele não está mais na sua barriga, então o medo absurdo de perdê-lo começa aí. É um misto de amor e medo que surgem na gente. Eu nunca vou esquecer, na minha primeira noite com o Enzo, ele se engasgou e eu toda cortada da cirurgia dei um pulo da maca para pegá-lo no braço. Foi instinto, foi materno, foi animal, foi irracional e totalmente protetor. Na hora não pensei em mim, se ia ter alguma consequência, eu só queria salvá-lo e tê-lo no meu colo.
E o medo de perdê-los é enorme. Tenho medo da noite, do sono, da respiração. No começo você acorda só para ver se estão respirando, aliás, ainda hoje faço isso. Se dormem comigo, eu durmo mal, acordo toda moída, mas durmo tranquila. Se dormem sozinhos, eu durmo bem, mas não relaxo, ainda não consegui resolver esse problema.
Tenho medo de não ser boa o suficiente, de não conseguir realizar todos os sonhos, de não estar presente em todas as conquistas. Assim, acho que meu maior medo é de não poder criar meus filhos, parece bobo, mas é o que sinto. Meu sonho é vê-los crescer com saúde, sabedoria, alegria, garra, bondade.... Quero muito acompanhar cada fase, cada um do seu jeito, mas quero estar pertinho em tudo. No aprendizado da leitura, na conquista da primeira medalha, no primeiro dia no balet, na primeira nota baixa, na desilusão amorosa, nas doenças, nas alegrias, nas tristezas, em tudo, tudo, tudo. E para isso, nós, mamães temos que ser fortes, até super humanas. Mas para realizar tudo isso, eu tiro força até de onde não existe.
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